Tuesday, September 25, 2007
Corporate
Dentro dos vidros que deixam o frio seguramente lá fora, junto com os aviões que passam quase-pousando, ela se isola da cidade. Fica o zumzumzum de um lado, ela do outro. As contas com muitos dígitos na planilha gritam por realidade mas ela ouve baixinho, baixinho, ao longe. A realidade dela é cada vez mais distante, num tempo passado e desprotegido. Pode ser que ela se acostume à ausência dos elementos vivos, sépticos, cheios de rachaduras e erros de percurso. E no futuro ela olhe tudo isso com grande pavor e pense que a melhor qualidade do presente é a certeza de que um ventinho não vai derrubar as folhas no chão. Elas já estão paralisadas, betamente alaranjadas, naquele chão cheio de lembranças e maresia.
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